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A polémica dos livros de exercícios


Antes de mais, devo dizer que não costumo abordar temas assim tão rapidamente, contudo este é um assunto que me está a mexer com os nervos e em vários sentidos.
Recentemente uma apresentadora de uma estação televisiva portuguesa trouxe à praça pública o problema da diferença entre o caderno de atividades de "rapazes" e "meninas" lançado pela Porto Editora.

Sinceramente concordo com o facto de não ser necessário distinguir entre géneros, acho até ridícula a diferença do nível de dificuldade para "rapazes" e "meninas", no entanto parece-me exagerada a situação de quererem obrigar a editora a retirar os manuais. Não gostam, não compram, existem mil e um tipos de livros de exercícios para crianças e jovens. 
Proibir a venda dos livros é censura! Seja considerado algo positivo ou não. Acho muito mais vantajoso não obterem lucro com o livro do que serem obrigados a parar a venda. 
Seria muito mais educativo se ambas as partes chegassem a acordo e na próxima edição já não existisse esta separação por género.
E se querem entrar na censura, encerrem também o Correio da Manhã, a TV Guia e outras revistas que são uns especialistas em mentiras e a distorcer a verdade. 


Sobre a igualdade de género em Portugal, muito trabalho ainda precisa de ser feito, apesar de estarmos lentamente a melhorar, como por exemplo com a implantação da medida de existir 33,3% de mulheres nos quadros das empresas, claro que ainda se tem de equilibrar ordenados e ajustar as leis.
No entanto, acho engraçado que algumas pessoas só abordem a situação da igualdade da mulher com o homem e que se esqueçam que existem coisas que as mulheres beneficiam que os homens não. Se querem rumar a uma igualdade (e espero que um dia seja possível) existem tópicos que também têm de ser disponibilizados para os homens:

- Peças de roupa, dando um exemplo, acho completamente injusto que a Primark tenha à venda uma vasta coleção de roupa feminina do Harry Potter (algo unissexo) e para homem não exista nada. Ou então, por exemplo a Hello Kitty, podem existir meninos que gostem da gata cor de rosa. Se querem igualdade é justo que nestas marcas internacionais criem peças ou padrões semelhantes para ambos os sexos.

- Bonecas para rapazes! Se uma rapariga brincar com carrinhos não há problema porque é considerada maria-rapaz, o mesmo já não acontece com um rapaz, porque se brincar com bonecas é porque têm algum traço afeminado. Se querem igualdade, quebrem tabus!

- Discotecas, qual a justiça de um rapaz/homem pagar 12€ para entrar e uma rapariga/mulher não pagar (geralmente até à 01h30)? Igualdade seria das duas uma, ou os homens não pagavam ou as mulheres pagavam o mesmo, assim era justo.


Aborrece-me estas coisas de exigirem igualdade só quando querem e lhes dá jeito para se promoverem, a igualdade não é uma carta que ora se joga ou não. 
Queiram igualdade sim, mas não a censura. Lutem pela igualdade, mas com direito à liberdade de expressão pessoal. Desejem a igualdade, mas como algo bom a nível mundial, não como algo que vos trará benefícios pessoais.
Acredito que muita gente não concorde com a minha visão, no entanto peço educação caso comentem, obrigado.


"Poucas pessoas são capazes de expressar com equanimidade opiniões que diferem dos preconceitos do ambiente social delas." - Albert Einstein

Diogo Pereira Mota

3 comentários:

  1. Não tinha conhecimento destes livros de exercícios, mas sinceramente é uma estupidez. Que mudem as imagens, mas agora o grau de dificuldade? Enfim

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  2. r: Existe sim, é quem organiza os momentos de praxe e tudo o que vai ser necessário. Muito obrigada ahah

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