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Fragmentos de Vidas #29


Tomás Adrião, 19 anos, simpático, empenhado, reservado, tímido, agradecido, …
Frequentou o conservatório, toca guitarra, teve uma banda aos 14 anos e aos 17 participou na 5ª edição do The Voice Portugal tendo alcançado a vitória.
Divulgou há 1 mês o seu novo single “A Vontade” que conta com mais de 39 mil visualizações e pretendo lançar este ano o seu primeiro álbum.

Playlist da Conversa:


Aos 19 anos estás a viver o teu sonho?
Estou a começar, é um sonho que está a começar e espero que dure muito mais anos porque a minha ideia é construir uma carreira e essa ideia de construir uma carreira é um sonho para mim, por isso eu espero mesmo que esteja no inicio e está a começar bem, acho eu, muito bem para 19 anos, não podia pedir muito mais.

Que memórias guardas do tempo da tua banda?
Foram tempos muito bons onde aprende muito, porque é a tocar que se aprende, mais até do que no conservatório, aprendi muito mais a tocar em bares e restaurantes onde tocava muitas vezes para ninguém, porque eu estava a tocar e as pessoas não ligavam, porque é aquela música de bar e é normal, ao mesmo tempo deu-me uma escola enorme e aprendi imenso com esses concertos e mesmo com a banda e com o pessoal que tocou comigo, ensinou-me muito.

Como foi trabalhar com a Marisa Liz e o Tiago Pais Dias?
Foi bom e tem sido bom porque continuo a trabalhar com eles e tem sido bom, eles percebem-me muito bem, o que quero dizer e isso é o mais importante, ter pessoas que nos percebam e nos apoiam. Tens muitas pessoas que te percebam? Não, mas acho que ninguém tem. Acho que cada pessoa tem a sorte de ter uma ou duas, ou três ou quatro, mas são mesmo muito poucas que nos percebem e é bom encontrar logo no início essas pessoas.

Como surgiu a ideia para o videoclip da música “A Vontade”?
Foi uma compilação de ideias, tanto do realizador, do Marcos, eu também disse algumas coisas, foi quase um brainstorm de ideias para construir o vídeo, mas a maior parte é do Marcos.

O público está a reagir como esperavas?
Sim, está a ser positivo, muito mais positivo do que esperava porque eu continuo a ser só um miúdo e de repente as pessoas começam a ouvir a minha música e é esquisito, mas tem sido bom, é positivo. O que achas das palavras de apreço que te dizem nas redes sociais? Para mim, agradeço imenso mesmo, porque eu não teria coragem de dizer a alguém “gosto da tua música, gosto do que fazes”, quando as pessoas têm essa coragem, eu nem sei o que responder, às vezes há mensagens muito boas e que me fazem bem, porque fazem-me continuar e querer continuar. Claro que é um grande apoio e agradeço imenso a todas as pessoas que perdem um pouco do seu dia para dizerem que gostam, apenas que gostam, isso para mim significa mesmo muito.


Esta música fala de amor, um pouco. O que tinham as pessoas por quem te apaixonaste? 
É uma pergunta difícil! A música não quer dizer que seja uma história real, aliás o que eu canto e sinto ao cantar ninguém sabe, é uma coisa que eu quero manter, a letra na forma literal é uma história de amor, mas pode não ser também, mas respondendo à pergunta, o que tinham as pessoas por quem me apaixonei, acho que não consigo explicar porque me apaixonei e apaixonando por algo ou por alguém eu nunca consigo explicar porque é uma magia enorme quando isso acontece. Voltando à música, acho que tem um poder enorme a letra, por ser também literal ao ponto de ter uma história de amor, mas pode também não ser, a frase chave da letra é “correr e não ganhar”, mas tudo o que fazemos na vida é uma corrida e às vezes não ganhamos e outras vezes ganhamos, por isso, acho que é um bocado por aí o conteúdo. 

A música, para ti, é um refugiu ou uma forma de expressar aquilo que sentes? 
É quase uma mistura dos dois porque desde pequeno que é um refugiu, mas ao mesmo tempo hoje é a minha forma de comunicar com as pessoas e quero fazê-lo porque é uma coisa que eu gosto mesmo de fazer. 

Como vão os estudos? Estás na faculdade, pretendes entrar? 
De momento parei de estudar para me dedicar a 100% à música, mas é uma coisa que eu talvez volte a fazer, quando isto acalmar um pouco, ou mesmo se não acalmar, eu consigo fazer as duas coisas ao mesmo tempo na boa, mas tenciono talvez ir para algo como design, ainda não sei ao certo, mas como estudei Artes Visuais, algo que tenha a ver com o curso que tirei no secundário. 

Achas que perdeste algum momento da tua juventude por seres conhecido? 
Não, acho que é preciso dividir, claro que é um bocado complicado até em relacionamentos com amigos, porque às vezes estou na rua, as pessoas conhecem-me e vêm falar comigo e já têm uma ideia de mim, às vezes é um bocado difícil dar-me a conhecer, mas ao mesmo tempo é preciso dividir as águas e ter os pés na terra e conseguir fazer o mesmo que fazia antes de ser conhecido. 

Do que depende a tua felicidade? 
Eu ainda não sei e acho que também nunca vou saber, porque eu nunca vou ser totalmente feliz, acho que ninguém devia ser totalmente feliz, acho que devemos sempre tentar ser, mais e mais. Porque a felicidade não pode ser um objetivo, o objetivo é a felicidade, não sei se me estou a fazer entender, acho que nunca vou ter o objetivo de ser feliz. Por exemplo, o meu objetivo de de 100% de felicidade era lançar o álbum, eu acabava de lançar o álbum, estava feliz e não precisava de mais nada, mas acho que isso é errado, seriamos animais assim, só precisamos de comer e dormir, mas eu quero sempre mais e não sei o que é o querer mais, tenho de descobrir.


Para quando o álbum? 
Abril. Está tipo… é amanhã! Alguma novidade? Vai ter músicas diferentes do que estão à espera do que poderia ser, acho que é um bocado isso, tenho umas ideias meio, digamos estranhas, e quero muito colocar isso no álbum e ao mesmo tempo vai ser uma surpresa, ou não, depende, acho que vai ser um bom álbum. Será todo em português? Em princípio sim. 

Com quem gostarias de fazer uma colaboração, seja nacional ou internacional? 
O meu sonho, lá está, se calhar aí atingia a felicidade, não vai acontecer, era com o Paul Mccartney, eu gosto dos Beatles, era fixe, acho que íamos dar-nos bem e pronto, mas é uma pergunta um bocado complicada porque eu acho que qualquer artista tem algo para dizer, por isso qualquer artista podia tocar comigo, acho que era fixe. 

Qual é a tua maior vontade? 
Boa pergunta! Esta pensaste bem. Eu não sei também, a minha maior vontade é conseguir fazer música e sobreviver com a música, porque é o que eu gosto de fazer, a minha maior vontade é essa. 

Como imaginas que seja o Tomás Adrião de 30 anos? 
Acho que vai ser o mesmo, ou um bocadinho melhor, espero eu, espero melhorar sempre, mas com o mesmo … como eu sou o mesmo rapaz quando tinha 14 anos e tocava em bares, será esse rapaz na mesma, porque é isso que o move, é o tocar apenas. 

Dizes tudo o que pensas? 
Tudo, isso é um bocado mau às vezes, sou meio maluco. Já tiveste algumas consequências menos boas por causa disso? Na escola tinha muitas, lembro-me que tinha bastantes confusões com professores.


O que te distingue dos outros, seja a nível pessoal ou artístico? 
O meu foco em querer fazer as coisas, tenho um privilégio de ter um foco, e apesar de ser a música, podia ser outra profissão qualquer, acho que é isso que me distingue e ao mesmo tempo me dá valor, e eu ando aqui tão perdido às vezes, têm dificuldade em encontrar o foco e eu encontrei o meu foco e acho que é isso que me distingue. 

Quem é que conhece os teus segredos? 
Poucas pessoas, os meus segredos acho que são meus, não sei. 

E para quando os primeiros concertos? 
Será após o álbum e apresentarei o álbum também, com outras músicas por fora do álbum, está a ser planeado, vai ser um concerto giro. Datas ainda não tenho nenhuma certa, tenho algumas previstas, mas não certas, acho que vai ser muito fixe. 

Tens assim alguma sala de espetáculos em que ambiciones tocar? 
Isto pode parecer um bocado tolo, mas eu gostava muito de chegar um dia a um coliseu ou assim. 

O que quer o teu coração? 
Quer música! Acho que é só isso.


Resta-me agradecer ao Tomás Adrião e à Universal Music Portugal, pela oportunidade e disponibilidade,

Diogo Pereira Mota

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