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Fragmentos de Vidas #28


Marco Rodrigues, interprete de canções, pai, simpático, carismático e atualmente com o "Copo Meio Cheio" a nível pessoal e profissional esteve à conversa comigo numa conversa marcada pel'O Tempo ...
Não percam os próximos concertos dia 06 de abril no Capitólio em Lisboa (convidado especial - Diogo Piçarra) e dia 21 de abril na Casa da Música no Porto.


Playlist da entrevista:

Qual a tua palavra favorita? 
(Riso) Começamos bem … Pai. Porquê? Porque é aquilo que eu mais gosto de ser, é aquilo que eu mais gosto de fazer e é a coisa que mais prazer me dá na vida, ser pai. 

Que música define a tua vida? 
(Pensativo) Um dos trabalhos principais que eu acho que um músico tem de ter é ouvir muita música e eu ouço tantas músicas e já tantas músicas foram referência para mim, que escolher agora uma música da minha vida é capaz de ser um bocadinho injusto até para todas as músicas e artistas que eu já ouvi, mas se calhar vou nomear a “Insensatez” do Tom Jobim, não por a letra ter alguma coisa a ver comigo, mas a melodia é provavelmente das que mais mexe comigo enquanto música, portanto se tivesse de escolher alguma melodia, não letra, seria esta. 

O que sentes quando cantas? 
Os artistas têm o privilégio de poder sentir várias coisas enquanto cantam, tanto nos podemos sentir gigantes como nos podemos sentir uma ervilha, eu quando canto sinto-me no meu habitat natural, eu gosto muito de mostrar às pessoas e conseguir transmitir aquilo que eu sinto quando estou a cantar, agora acho que um músico tem de sentir várias coisas, depende da música que canta, do ambiente onde está a cantar, depende das pessoas que o estão a ouvir, mas sinto uma panóplia de emoções e sentimentos que me deixam seguro que é isto que eu quero para a minha vida. 

O que te diferencia de outros cantores? 
Isso é o público que tem de responder, não sou eu, eu simplesmente faço música e faço de uma forma descomprometida e descomplexada, eu costumo dizer isto de uma forma muito simples que é, há dois caminhos para quem faz música, as pessoas que gostam da música que tu fazes e as que não gostam, mas a partir do momento em que tu fazes música de uma forma descomprometida seguramente que as pessoas que gostam da tua música, gostam de uma forma verdadeira e sem capas, portanto o que as pessoas sentem quando me ouvem, tenho de deixar que sejam eles a responder. 

O que mudou desde 2006, quando lançaste o teu primeiro álbum (Fados da Tristeza Alegre)? 
Mudou muita coisa, todos os profissionais, seja em que área for, muito mais na área das artes, todos os profissionais são obrigados a evoluir e o que eu sinto é que a música que eu fazia há dez anos atrás é diferente da música que eu faço hoje, porque eu sou uma pessoa diferente, já tive influências diferentes na minha vida, já senti, já vivi, já presenciei, já toquei em coisas diferentes, portanto eu acho que a música reflete aquilo que nós somos enquanto pessoa e o percurso enquanto tivemos enquanto pessoa, acho que há uma grande diferença a nível de maturidade, como a nível de abordagem em relação à música que eu fazia no primeiro disco, o primeiro disco é exatamente isso, é um primeiro disco, é um disco de aprendizagem, de ascensão, que me deixa muito contente, passados estes anos perceber que ainda me orgulho do meu primeiro disco, claro que nada daquilo que lá está eu faria igual, mas consigo perceber que dentro do contexto em que esse disco existiu, é um disco que me deixa orgulhoso e feliz.


Em 2008 participaste no Festival da Canção e alcançaste o terceiro lugar! Gostavas de voltar ao Festival? 
Olha … eu não te consigo ser sincero e direto quanto a isso por dois motivos, na altura em que eu participei no Festival, era diferente, eu concorri num ano sui generis, foi um ano em que a maior parte dos concorrentes vinham todos de um programa de televisão que também havia votação por telefone, era a Operação Triunfo, e quase todos os concorrentes faziam parte, portanto hoje em dia o Festival da Canção, e muito bem, está diferente, acho que a música voltou outra vez a ser uma das coisas mais importantes, antigamente acho que havia uma série de coisas há volta da música que eram mais importantes do que propriamente a música, ficava jogada para segundo plano, acho que foi uma experiência super enriquecedora, até porque eu vinha de um ambiente de Casa de Fado, é um ambiente super intimista e de repente vejo-me num Festival com fogo de artificio e tudo, com um ambiente completamente diferente à minha volta. Se eu faria outra vez? Provavelmente, se tivesse uma música na qual acreditasse tal como acreditei na altura em que me desafiaram para participar, se calhar era capaz de viver outra vez isso, mas também sei que não é propriamente o meu ambiente musical, o meu habitat, eu gosto muito quase de sentir a respiração das pessoas que estão à minha frente, gosto daquele ambiente mais intimista, gosto dos silêncios, da dinâmica, mas se tivesse uma música como a da altura, letra da Inês Pedrosa e música do Tiago Machado, fazia todo o sentido, eu acreditava na música, portanto se tivesse de defender uma música na qual eu acreditasse novamente, era capaz de participar, sem dúvida. 

O que achaste do Festival este ano? 
Achei que a qualidade subiu muito, mais uma vez eu acho que o mais importante é isto que acabei de dizer à pouco, acho que a música voltou outra vez a ser o principal no Festival da Canção, seja a preocupação maior, era o tema, o arranjo da música. Até há uns anos a esta parte o Festival e sem dúvida que acho que foi o que fez a diferença na música com a qual o Salvador ganhou no ano passado, eu vi o Festival e enquanto apreciador de música, já nem falo enquanto interprete ou músico, como ouvinte dei por mim, assim que começou o arranjo de cordas do Salvador a pensar “uau, finalmente estou a ouvir uma melodia, finalmente estou a ouvir uma música”, sem fogo de artificio, uma coisa simples, a chamada música, melodia, harmonia, arranjo, os instrumentos, a voz, a interpretação, e tudo isso chama-se música. Acho que este ano, em relação aos outros anos a música foi quem teve mais protagonismo e isso faz sem dúvida toda a diferença e é por isso que o Festival da Canção voltou outra vez a ter a força que deveria, sou de uma geração em que toda a gente ficava parada a ver o Festival e os Jogos Sem Fronteiras (Risos). 

Ao longo destes anos já colaboraste com muitas pessoas (Maria Gadú, Fernando Alvim, Carlos do Carmo, Mafalda Arnauth, …). A partilha é importante? 
É essencial! Para já se eu ou tu tivéssemos de fazer aqui um trabalho de pensar “qual é o músico que eu conheço muito bom que não tenha feito uma parceria?”, vai ser muito difícil tu encontrares algum e depois a música é exatamente isto e serve para duas coisas, para partilhar e para unir as pessoas e eu por exemplo, todas as partilhas que fiz e parcerias musicais foram altissimamente enriquecedoras, adoro ver concertos dos meus colegas, já vi concertos de quase todos os meus colegas do fado, faço questão de ver, sei que essa partilha é importante, eu perceber a forma como os meus colegas também estão, ficar feliz por eles, uma coisa que eu acho importante é se a música em si mexer connosco, a música serve para unir e partilhar. A partilha faz com que nós músicos, pessoas que nasceram para reproduzir coisas que ouvem também, é super enriquecedor e fantástico quando podemos fazer esse tipo de parcerias e partilhar músicas de forma profissional. 

Ao ser agraciado com a medalha de mérito cultural da Câmara de Arcos de Valdevez (2012) sentes que tens uma responsabilidade maior? 
Eu acho que os prémios não nos podem dar a ideia que ficamos com mais ou menos responsabilidade, eu fico muito contente por perceber que na região do Alto Minho, pelo trabalho que tenho vindo a fazer, as pessoas reconhecem o trabalho, agora porque ganhei uma medalha de mérito não posso acrescentar responsabilidade à que eu já tinha, eu tinha a responsabilidade de fazer música de forma transparente e que as pessoas se identificassem, deixa-me é muito contente ver que as pessoas conhecem, que eu saí do Alto Minho para vir para Lisboa e tenho construída uma carreira, não acho que faça sentido, mas nunca deixei de falar da minha terra e das minhas origens, daquilo que me tem feito o ser humano que sou hoje, não digo que fico com mais responsabilidade, mas digo que me deixa muito orgulhoso e que tentarei não desiludir as pessoas … mas tentar desiludir, eu nunca pensei sequer em iludir ou desiludir ninguém, pensei em fazer música, não sinto que tenha mais responsabilidade, mas sinto que há um orgulho e uma felicidade anexada a essa medalha. 

Em 2016 foste nomeado a um Grammy Latino (Melhor Álbum Folk). Quais as emoções que sentiste?
Olha, foi surpreendente mesmo, eu nem sequer me lembrava quando é que eram os Grammys, estava completamente fora, quando a Universal Music me ligou com a notícia de que o meu disco tinha sido selecionado no meio de centenas de discos, estava nomeado para um Grammy. Sabes uma coisa? Mais do que me sentir orgulhoso a nível particular, senti-me orgulhoso a nível de ser a música a minha matriz, porque se no final dos anos noventa, quando eu cheguei a Lisboa, o fado era quase vergonhoso, é estranho dizer, mas, ou seja, que a maior parte das pessoas olhava como uma música para velhos, deprimente, menor, uma música pobre e de repente percebo que não só, não é uma música pobre como o próprio povo que a teve a aguentar enquanto a maioria dos portugueses não lhe dava importância nenhuma, quem aguentou o fado, particularmente nos anos oitenta e noventa, foram sem dúvida os fadistas, as Casas de Fado, foi quem conseguiu segurar, é fundamental para que hoje em dia possamos estar aqui a falar sobre fado, se eles não tivessem aguentado esta bandeira, provavelmente a música nem teria importância nenhuma, o fado não era uma música a que as pessoas dessem importância, mas sinto é que depois da morte da Amália Rodrigues vem aqui a força de um povo que percebeu que o ícone máximo da sua música tinha desaparecido e acho que a grande explosão do fado foi a seguir à morte da Amália, ouve uma necessidade do povo se afirmar como música culturalmente falando, quis procurar uma nova Amália, coisa impossível, mas essa vontade e força foi o grande “boom”, acho que foi o que fez com que aparecesse uma nova geração de fadistas, hoje em dia já não é só uma nova geração, é uma novíssima geração de fadistas.


Ter o tema “O Tempo” a tocar diariamente na novela (A Herdeira; TVI) é uma forma de reconhecimento pelo povo português? 
Esta é a terceira música que eu tenho numa novela, não é inédito, o que eu acho que mudou é a forma como as músicas estão nas novelas, isso sim mudou, antigamente as músicas estavam ligadas a uma personagem só e aparecia ali naquele momento em que a personagem estava e a personagem desparecia e a música também, hoje em dia as músicas são usadas nas novelas quase como bandas sonoras, aproveitam as músicas para fazer uma filmagem de uma paisagem, o que mudou aqui foi a forma como as músicas entraram nas novelas, sem dúvida isso fez com que as músicas tivessem mais impacto nas pessoas que estão a ouvir a novela, as pessoas não associam a música só à personagem, mas à banda sonora da novela e isso faz todo o sentido, faz com que as pessoas possam viver a música de outra forma. “O Tempo” foi sem dúvida … nós não esperávamos que tivesse este “boom” todo, mas à partida esperávamos que as pessoas fossem gostar muito do tema, a letra é fácil, quase todas as pessoas se identificam, é uma letra muito inspirada, tanto letra como música do Diogo Piçarra, nem há necessidade de falarmos do talento dele, ainda no outro dia tive a falar com ele sobre esse tema e foi giro porque a conclusão a que chegamos é que sem dúvida a música e a letra quando são boas, pouco mais há a fazer, mas aqui há uma junção de três coisas que fizeram com que esta música ficasse com esta força, em primeiro lugar a composição e a letra do Diogo, sem dúvida, em segundo lugar o arranjo que o Tiago Machado fez do tema, porque engrandeceu o tema e em terceiro lugar, ser eu enquanto fadista e interprete de fado a cantar uma música com uma estrutura pop, a música que eu canto é uma música onde a palavra tem muito peso, muita força e sendo estas palavras do Diogo, palavras com as quais as pessoas se identificam tanto, ser cantada com uma abordagem mais afadistada e ao mesmo tempo ter um arranjo muito pop, acho que esta conjugação entre o tema do Diogo, o arranjo do Tiago e a minha interpretação, fizessem realmente que esta música ganhasse e ficasse com esta força. 

Já o fizeste duas vezes em direto, uma na Gala das Estrelas da TVI e outra no Jornal das 8, como surgiu a ligação com a Sofia Ribeiro? 
Claro que foi através da telenovela “A Herdeira” porque a personagem da Sofia é uma das personagens que a música se encaixa, a Sofia ficou fã da música e então cada vez que ouve a música sente que também faz parte um pouco dela e na altura da Gala das Estrelas a TVI fez o convite porque eles em geral utilizam os atores e atrizes para cantarem e fazerem parte do próprio espetáculo. A Sofia de imediato disse “eu quero, mas quero ir cantar “O Tempo” com o Marco” e surgiu esse convite, as pessoas adoraram, toda a gente gostou muito. E agora, para celebrar o Dia da Mulher, a TVI lembrou-se novamente daquele momento tão bonito e tentámos repetir de uma forma mais acústica, até mais intimista, no meio da redação do jornal, foi isso que aconteceu. Para além de gostar da Sofia, sinto-me sempre muito bem porque ela gosta mesmo do tema e a forma como ela se entrega ao tema é muito giro e sendo um tema meu, do meu disco, deixa-me muito orgulhoso e muito contente. 

Como foi trabalhar com grandes artistas como Luísa Sobral, Diogo Piçarra, Agir e muitos outros? 
Com a Luísa já tinha trabalhado num tema que se chama “A Rosa e o Narciso” para o meu antepenúltimo disco, com o Boss AC também já tinha trabalhado, foi ele que escreveu “O Homem do Saldanha”, havia já uma promessa entre eu e o Carlão de que tínhamos de fazer alguma coisa, o Agir eu não o conhecia pessoalmente, foi através da editora, mas perante o momento de vida em que eu ainda me sinto, fui pai há dois anos e este quinto disco queria mesmo que fosse um disco diferente, queria-me desafiar a mim e queria desafiar as pessoas que eu quis convidar, posso dar o exemplo da forma de escrever do Carlão e da Capicua que é completamente livre, ou seja, eles vão escrevendo as suas ideias e depois encaixam as suas ideias numa música, para escrever para um fado tradicional tem de ser exatamente o contrário, já há uma estrutura e tem que se escrever perante certas regras e naquelas estrutura, não dá para estar livre a escrever, isso é um desafio grande para eles. 

O que se pode esperar dos dois próximos concertos (Capitólio, Lisboa – 06 de abril; Casa da Música, Porto – 21 de abril)? 
Antes de mais deixa-me dizer-te que este disco trouxe para o meu concerto ao vivo um dinamismo diferente e que me deixa muito feliz, deixa-me muito contente perceber que com este disco trazer um dinamismo diferente ao meu concerto. Tenho quatro discos assumidamente de fado e nunca seria capaz de fazer um alinhamento onde o fado não fosse uma presença no meu concerto, mas ao mesmo tempo consigo … eu tenho três blocos diferentes a nível de alinhamento, o primeiro que entro com um trio e fazemos temas que fazem parte dos meus discos mais tradicionais e até alguns que fazem parte do meu processo na Casa de Fado, depois consigo apresentar, entrando o resto da banda, uma forma diferente de interpretar, ou seja, eu continuo a ser um fadista mas a interpretar temas que não são propriamente de fado e isso cria nas pessoas um dinamismo que eu acho que no final é bastante interessante, deixa-me muito contente ter também este disco para melhorar e criar essa dinâmica diferente no meu concerto. 

Até onde gostarias de levar a música portuguesa? 
Isso não somos nós que mandamos é o público, o público é que sabe até onde é que nós vamos, a única coisa que eu gostava era de poder continuar a fazer aquilo que mais gosto, que é cantar e tocar, agora depois de ser pai é a segunda coisa que eu mais gosto, sem dúvida, mas gostava de continuar a poder fazê-lo e gostava de continuar a ter pessoas que se identificam com a música que eu faço e que de alguma forma ficam emocionadas, mexer com os sentimentos das pessoas é das coisas que nós artistas podemos ter, a única coisa que eu peço é poder continuar a fazer isso, poder continuar a ter concertos, a fazer discos. Eu nunca pensei ir a Las Vegas nomeado com um Grammy, portanto … Eu vou continuar a fazer aquilo que eu mais gosto, a fazer música de uma forma descomprometida e descomplexada e depois ficará entregue às pessoas que a ouvem se querem que eu continue a fazê-lo, até agora não me posso queixar, fico muito feliz por continuar a viver e a fazer aquilo que mais amo, sendo a minha profissão.


Ainda sentes algum nervosismo quando sobes ao palco? 
Nervosismo não sinto, sinto é alguma ansiedade normal, a ansiedade é importante para nos fazer focar naquilo, a concentração muita vezes vem a partir da ansiedade que temos, sem dúvida que há sempre um período antes do espetáculo ali antes de subir a palco, uns vinte segundos, mas vinte segundos depois de estar em cima do palco já passou, aqueles primeiros segundos criam alguma instabilidade. 

Tem algum lema de vida? 
(Silêncio) Tenho … Posso saber qual? Sim, eu costumo dizer isto algumas vezes, particularmente aos meus amigos quando as coisas não estão a correr bem que é “Tudo acaba bem, se não está bem é porque ainda não acabou.”. (Silêncio

Qual a pior parte da fama? 
(Riso) Eu acho que isso aqui em Portugal não existe, acho que às vezes o discurso das pessoas é um bocado exacerbado face à realidade. Aqui em Portugal, ser famoso ou ser conhecido … eu acho que há mais um reconhecimento do que propriamente aquela coisa paranóica e doentia, claro que existe sempre um ou outro episódio, já tive episódios onde achei que a pessoa não estava bem, mas de uma forma geral eu costumo dizer que isto não é Hollywood. Os artistas portugueses vivem bem com a história da fama. 

Pai de um rapaz e com o “Copo Meio Cheio”, o que te falta para estar completo? 
Agora vai transbordar a partir do momento em que eu o apresentar por todo o lado, felizmente já o transbordei em alguns palcos e agora é continuar, é deixá-lo completamente a transbordar para depois começar a pensar num próximo, para já continua meio cheio, mas a subir, não falta mais nada, o Bernardo [filho] preenche grande parte da minha vida. 

O que quer o teu coração? 
(Inspira) Acho que é quase óbvio, ainda para mais depois de te mostrar este meu amor incondicional pelo Bernardo, quero que ele seja uma criança feliz, quero encanto artista orgulhar o meu filho, até agora nunca pensei nisso, mas que ele seja a criança mais saudável e feliz do mundo e que sinta sempre orgulho do pai, fazer dele um bom ser humano, estamos a precisar de bons seres humanos, de pessoas que gostem de pessoas e eu quero muito que ele goste de pessoas. (Sorri)


Agradecimentos:
Marco Rodrigues
Universal Music Portugal
Hotel Zenit Lisboa

Diogo Pereira Mota

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